Padroeiro:
Do exército e dos tecelões
História:
São Maurício, ou Mauritius, nasceu na cidade egípcia de Tebes no ano de 250 D.C, sabe-se que ele cresceu em uma família de pescadores e agricultores se juntando precocemente a guarnição da guarda romana de sua cidade natal, tendo se destacado como guarda e posteriormente como capitão da guarda.
Como durante o século III, o império romano passava por um momento de grande confusão política, militar e econômica dentro de seus próprios domínios, o imperador Diocleciano resolveu por elevar alguns destacamentos da guarda localizados no Egito para o estatuto e poderio de legiões, assim, a guarda da cidade de Tebes acabou formando a 16ª legião Tebana com Maurício sendo seu comandante. Ao se tornar comandante, já era de conhecimento público que Maurício era um cristão declarado, porém, mesmo com o cristianismo sendo considerado uma ideologia e religião inimigas do Estado romano, a grande maioria da nobreza local fazia vista grossa ou pouco caso de Maurício, devido a sua reputação como boa pessoa e bom militar.
No decorrer do tempo de formação e organização da legião tebana, a província da Gália, entrou em convulsão social e política com diversas tribos se rebelando contra o poderio político e militar do imperador romano, que já perdurava na região a mais de 300 anos, a legião tebana foi convocada a servir diretamente sob ordens do próprio imperador, que nesta altura era Maximiano, já que Diocleciano havia morrido. Se estima que a legião tebana nesse momento contasse com 2.600 soldados que prosseguiram em uma viagem de meses até seu destino na região de Genebra na Suíça. Durante a viagem, o carisma e a influência militar e religiosa de Maurício levou a grande maioria dos soldados daquela legião a se converterem ao cristianismo, inspirados pelo caráter moral e ético de seu comandante, se tornando assim a primeira legião romana que contava majoritariamente com soldados cristãos.
Quando a legião desembarcou na Itália, estes seguiram imediatamente para Suíça onde se encontrariam com o imperador e as outras três legiões. Ao chegarem, sabe-se que Maurício, como comandante da legião, se encontrou com o próprio imperador e outros oficiais do exército romano para determinar o curso de ação da futura campanha contra os bárbaros da Gália. Após essa reunião, o imperador convidou todos os oficiais e suas legiões para um grande cerimônia onde seriam oferecidos tributos aos deuses romanos e também sacrificados alguns pagãos gauleses e soldados cristãos. Durante a noite dos rituais, a legião tebana se afastou do acampamento e se recusou a tomar parte nas cerimônias e muito menos a participar de sacrifícios, o imperador Maximiano, não sabendo da situação de conversão em massa por parte dos soldados e oficiais da legião egípcia, entendeu a recusa como motim, os punindo com o castigo da dizimação, que consistia em separar a legião em cortes e posteriormente dividindo as cortes em grupos de 10 soldados, onde independentemente de posição social ou militar, um deles era selecionado para ser morto por seus próprios companheiros. As dizimações prosseguiram boa parte da noite, sem que a legião cedesse ao pedido do imperador, para o assombro de Maximiano que só percebeu que a legião consistia de soldados cristãos após o quarto turno de dizimações, determinado então a matar todos ali por traição a religião do império. Durante esse momento, muitos soldados vacilaram na fé, mas seu comandante, Maurício, os inspirou pelo exemplo de seus companheiros já mortos pela igreja, conclamando que ao fim do dia todos estariam no céu com Deus, a receber as honras dos mártires, e assim foi, ao final da tarde do mês de Maio do ano de 287 D.C, após a vigésima dizimação, toda a 16ª legião estava morta, incluindo seus oficiais, todos hoje reconhecidos como santos mártires pela igreja católica.
No ano de 381 D.C, quase cem anos após a morte dos mártires romanos, o primeiro bispo local, Eucherios de Lyon, descobriu a vala comum onde os corpos haviam sido jogados, conhecendo a história da legião e reconhecendo restos de vestimenta e insígnias que confirmaram aqueles ossos com o dos mártires, portanto ali construiu uma igreja que rapidamente se tornou ponto de peregrinação para cristãos de toda Europa.
Oração:
Ó Deus, Senhor dos Exércitos, transforma-me pela ação do Espírito Santo, pois somente Tu tens a força e o poder de converter meu interior e romper as cadeias do egoísmo. E pela intercessão de São Maurício, dai-me tua constante proteção.
Amém
Mensagem:
Comentários estão fechados